Instalando Insulfilm Decorativo no Catete

Insulfilm Decorativo

Em junho de 2007, recebi uma ligação de uma senhora moradora do Catete, solicitando um orçamento par aplicação de Insulfilm Decorativo nos armários de cozinha e no armário do banheiro. Marquei e o dia e o horário e lá compareci conforme combinado. Eu sou muito rígido com horário e odeio chegar atrasado. Solicitei ao porteiro avisar da minha chegada e prontamente fui instruído a subir. Era um prédio antigo, com elevadores igualmente antigos. Aqueles elevadores com grade sanfonada doidos para arrancar o dedo de alguém. O cheiro de madeira antiga com um pouco de mofo, iluminação parecida com a de uma vela e seus devidos grunhidos ao operar.

Chegando no andar, toquei a campainha e fui prontamente atendido pela D. Sylvia. Que já me recepciona perguntando se quero água ou café. Respondi que não, agradeci e perguntei se ela tinha alguma preferência por película decorativa. Mostrei o catálogo e ela escolheu. Fiquei surpreso, pois normalmente os clientes pedem opinião de outras pessoas, mas não a D. Sylvia. Ela morava sozinha num enorme apto e parecia ser um pouco solitária. Tão sozinha que a minha visita técnica de instalação estava sendo um dos poucos eventos da vida dela que a tiraram da rotina. Tendo percebido isso, puxei assunto sobre o tempo, sobre como o insulfilm decorativo dava mais vida ao ambiente, fazendo também com que os móveis pareçam novíssimos.

 

Aquela foi a deixa para que ela me contasse que seu marido, um descendente de português, havia falecido em 2005, mas que ainda estava tentando se acostumar com sua ausência. Os três filhos do casal recomendaram que ela deixasse a casa mais viva, que mudasse alguma coisa. Só para dar um ar de novo, de renovação ao ambiente. Ás vezes, tudo o que a nossa mente precisa é de um local acolhedor e, no momento, a casa tinha sido um baú de lembranças da vida matrimonial. “45 anos de casados faríamos no dia 18” – ela diz com muito orgulho. – “Ele era um homem como poucos. Difícil encontrar homens com tantos valores hoje em dia”.

Enquanto eu instalava o insufilm decorativo naquele imenso apartamento no Catete, ouvi todas as histórias que ela quis contar. Ao lembrar do marido, da vida que tiveram, dos filhos que geraram, senti que a D. Sylvia se enchia de vida novamente. Uma gratidão tomava conta de seus olhos, pois sua vida tinha sido completa, não que não faltasse nada, mas sim porque ela experimentou as diversas fases de um longo amor, separado unicamente pela inexorável morte.